bolachadas: abril 2010 <body>

terça-feira, abril 27, 2010

Sumiço

A soma. A minha soma e no fim o vídeo que veio do livro. Eu já li e aconselho.

Não gosto de gente que anda na faixa do meio na autoestrada. Não gosto de estender a mão para receber troco e mesmo assim a pessoa depositar o troco no balcão. Gosto de mudar imediatamente de estação de radio quando oiço uma musica que gosto pois sei que vou ficar ali pelo menos 3 minutos e quero ter a certeza que não está a dar nada ainda melhor noutro sitio.
 Não gosto de pessoas que andam com luzes diurnas nos AUDI apesar de ouvir dizer que são automáticas. Não gosto que me perguntem ''Há mais algo em que possa ser útil?'' quando não foram úteis em nada, geralmente ao telefone.
Gosto da luz do meu telemóvel acender antes de começar a tocar. Mas também não gosto disso. Não gosto de postes da EDP no meio dum caminho por onde tenho de entrar de carro. Gosto dum café sem serviço de mesa mas não gosto que um empregado venha desde o balcão ate a minha mesa dizer que não existe serviço. Se percorreu a distancia, parece me, que o serviço era perfeitamente possível.

 Gosto de coisas velhas para as poder limpar, gosto de coisas novas para evitar que se sujem. Gosto de Donuts. Gosto de chuva, sol, muito frio e muito calor. Não gosto de estar na praia de calças de ganga, sinto me um turista de fim de semana. Gosto do facto da minha colher ser muito grande e ao mesmo tempo eu ser uma banana. Gosto da minha Cerelac grossa, a fazer gomos e bolhas. Não gosto nada de parar no vermelho e imediatamente mudar para verde. Não gosto do barulho da 25 de Abríl quando se vai na faixa da esquerda. Não gosto de trailers, estragam os filmes. Gosto disto:


 No fundo, tal como toda a gente, gosto da roda de trás a fugir apenas o suficiente para eu a controlar de volta ao sitio original... (Quem tiver chorado com o vídeo não faz mal, vá :P)

terça-feira, abril 13, 2010

Em lagrimas

No dia a seguir era so fruta no chao..
Nao sei precisar o ano, sei que á distancia do predio ao lado do meu nao podia ficar depois da meia noite. Talvez 1995, uma festa de anos que ficou marcada como daquelas historias que sempre se contam. Pela quantidade de pessoas que juntou e nao sei mais porque razoes. A nao ser a fruta. A senhora mae do aniversariante tinha comida para todos como é costume nas festas de anos dos putos. Havia uma grande quantidade de salada de fruta. Coisa que eu nao amo nada e como muita que havia, muita era oferecida pela senhora, no seu inconfundivel estilo. Desde que sou gente que me lembro da senhora, surda. Quis o destino que assim ficasse e entao o seu estilo de falar e cumprimentar as pessoas na rua era inigualavel. Sempre com um sorriso e com um ola surdo. O seu ola era retribuido por mim, pausado para ela compreender. Falava eu da fruta, era muita. E era oferecida pela senhora a todos nos que la estavamos. ''Comam, senao vai se estragar'' - Havia quem nao quisesse mas teria de comer na mesma e aconteceu a toda a gente nao ter acabado a primeira taça e a senhora trazia mais. Dissemos que nao queriamos mais mas ela no seu inigualavel estilo sorridente e surdo oferecia. Com a timidez de crianças e as dificuldades de comunicaçao la acabavamos com salada de fruta vezes dois. Eu, recentemente operado, temi pela minha cicatriz fresca de 24horas. ''Vai me sair fruta pela costura pensei.'' A minha soluçao e a de todos os outros foi começar a deitar fruta pela janela. Foi o que fizemos e no dia a seguir no parque por baixo duma janela onde houve uma festa de anos na noite anterior notava se bem a fruta no chao.

Foi a primeira coisa que me lembrei quando me disseram que a senhora morreu de cancro aos 50 anos, diagnosticado á 6 meses. Depois de dar uma tipica resposta á minha mae para mostrar que sou um grande robocop dos sentimentos ''Acontece..'' Quem é que responde isto? 

Morreu, a unica pessoa simpatica duma familia de quatro onde três eram categoricas bestas. Um abre olhos para tratarmos bem os nossos pois nunca sabemos o que pode acontecer E depois a ultima memoria que temos é a culpa de ter atirado a fruta pela janela que tao generosamente nos era oferecida.

segunda-feira, abril 05, 2010

2007 - 2010 (É muito tempo...)

Bem, nao sei por onde começar. Vim ca ver se isto ainda constava. Parece que consta. Bem que podia ter fechado por falta de uso mas ta ca tudo na mesma. Nunca pensei voltar. O passado foi la atras e o que é bom é seguir para a frente. É como ver agora os episodios do McGaeyver, nao é uma boa experiencia destruir a infancia assim..

Tudo isto me pareceu uma coisa q nao era minha, li antigos comentarios de gente a pedir mais coisas. Estariam dementes? De facto acho que queria e quero atençao, palmadinhas nas costas, ''isso que escreveste é muito bom'' no fundo so queremos validaçao. E que nos digam q temos razao quando nos sentimos uma merda. Que nos digam ao mesmo tempo e na mesma frase Es uma merda Es muita bom no que fazes, como se isso fosse possivel.

Sinto me uma pessoa estranha, associada a varios mundos diferentes nao pertencendo a nenhum deles. Se sou surfista nao posso ler Kafka. Se folheio Lobo Antunes nao poderei nunca gostar de The XX. Ou secalhar ate posso, nao tivesse eu o sotao cheio de issues..

BEM! esta coisa voltou e duvido que dure...

Disclaimer:
E se acaso me agarres, foge, nao procures encontrar me nesta caverna de mim mesmo, esqueleto do futuro, psoriase do amanha que sou. Ata me a cintura, afoga me a circulaçao de ar estilo arranha-ceus de dor que me arranhas o peito rasgado que me sentes.
Laivos e resticios, tipo pessoa ingenua que sou deixei me levar por ti e provavelmente deixarei me levar outra vez.