bolachadas: agosto 2005 <body>

terça-feira, agosto 16, 2005

SVS

Engraçado como o passado tem sabor.
Muito raramente o provamos no presente acontecido. Mas ele está lá. Está lá, e através da memória magoada continua lá. Engraçado como uma musica pode fazer alguém lembrar-se das inúmeras viagens que fez na finalização do dia. Da insistência em ser alguém, alguém ia para casa devagar, ‘prá viagem poder durar 4 minutos vezes e vezes sem conta. No repeat a memória tua vinha aos olhos, imaginando te. Feliz por não te ter. Tendo te quase, gozando aquele momento bom de consciencialização do que se passa á nossa roda que raramente acontece. Comigo acontece sempre. Vejo sempre o desenrolar da engrenagem em tempo real. Saboreio no presente, o passado que aquele presente um dia irá ser.
Engraçado como não tendo em mim um desenrolar agradável continuas a ser aquela levada de ar doce, de paisagem colorida que saiu tão depressa quanto entrou..
Engraçado como algo pode ser tão sem graça..

sexta-feira, agosto 05, 2005

Azul


Porque sinto necessidade de escrever, escrevo. Á parte da futilidade de não ter nada para escrever, ocupo espaço, tempo e linguagem binaria com nada, com quatro paredes brancas que já foram azuis, com uma secretária de PC que antes não o era, com um póster que não era meu mas agora é. Não me sai mais nada, não me sai mais nada, não consigo fazer com que saia algo, continuo a fazer trabalhar os dedos num teclado que sim, este é meu, mas não sai nada. Já fui bom, nos minutos antes de ter percebido que de facto sempre fui mau. Não sai nada, só sinto uma grande vontade de brincar com as palavras. As colunas estão desligadas. A televisão está ligada. Ocupo o tempo a fazer este diário em tempo real, a ventoinha traz vento quente e a impressora 'tá toda fudida. Não consigo escrever nada, ela é bue escorregadia, ias andar nas palminhas, disseram me. E agora vou ver o futurama para tentar cultivar a minha estupidez..
Meia hora depois, transpiro porque me levantei da minha cama de cortiça para vir ate aqui, a distancia não é mais do que um metro. As gotas de suor já foram minhas, agora pertencem á evaporação. O príncipe Carlos é inglês, eu sou daltónico. A ventoinha desligou-se e eu vou dormir. Espero que tenham gostado do regresso, porque eu não. Ate daqui a novamente muito tempo. Foda-se.